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Novas regulações de transparência

Saiba como assessores de outros países abandonaram os rebates após mudanças similares às que entram em vigor em novembro no Brasil.

03/07/2024
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Um post feito pela Teva Indices sobre as regulações de transparência que entram em vigor em novembro chamou bastante atenção.

Nele trazemos dados de como foi a migração das assessorias de investimento para o modelo de fee fixo no Reino Unido e Estados Unidos após implementação de regulações similares.

Em dezembro de 2012, a Financial Conduct Authority (FCA) do Reino Unido implementou o Retail Distribution Review (RDR), reformulando significativamente a regulamentação financeira para aumentar a transparência e a qualidade do aconselhamento financeiro no país.

Quebra de faturamento dos escritórios de assessores de investimento no Reino Unido após regulação de transparência


Essa regulamentação proibiu comissões em determinados produtos e exigiu que assessores se classificassem como "independentes", oferecendo conselhos imparciais sobre todo o mercado, ou como "restritos", fornecendo conselhos baseados em uma gama mais limitada de produtos.

O faturamento do mercado de varejo de investimentos no Reino Unido originado via comissões de produtos representava aproximadamente 80% do faturamento dos escritórios de assessoria em 2012. Após essa mudança regulatória, o faturamento gerado por comissões caiu para apenas 13% em 2022.

Assessores que adotam o modelo de fee têm menos incentivos para vender produtos desalinhados. Em muitos países, após a adoção dos fee fixos, assessores passaram a recomendar produtos de menor taxa para seus clientes, como ETFs e fundos indexados.

Reduzir os custos do portfólio auxiliam o acúmulo de capital no longo prazo.

Por isso, reguladores ao redor do mundo já atuaram para limitar taxas e comissões de diversas formas (caps, limites, proibições, por exemplo). A adoção de divulgações e transparência é uma forma de deixar o mercado se equilibrar em relação ao tema e o objetivo é proteger os interesses do investidor.

Percentual de assessores nos Estados Unidos remunerados por rebates de corretoras após adoção de regulações de transparência


A União Europeia, a Coréia do Sul, o Canadá, os EUA, a Irlanda, a Índia, a Dinamarca, Países Baixos e outros já adotaram regulações similares.

As resoluções CVM 175, 178 e 179, criam um marco regulatório para a transparência e remuneração na assessoria de investimentos.

No Brasil, os reportes serão trimestrais (a frequência mais alta que encontramos em nossos estudos comparando com outros países) e trarão abertura dos spreads de negociação de renda fixa, rebates e informação sobre conflitos de interesse.

O mercado tem tentado minimizar os impactos dessas novas regulações. Já ouvimos coisas como "banco não precisa" (apesar de que toda distribuição de valores mobiliários é regulada pela CVM). Também ouvimos coisas como "vai ficar escondido", mas a CVM trouxe nos últimos ofícios exemplos de tabelas de como deve ser a abertura das taxas.

As requisições de transparência desta nova regulamentação entrarão em vigor a partir de novembro de 2024, gerando grande incentivo para que assessores adotem o fee fixo e métodos de assessoria mais próximos das práticas de wealth management, com construção de portfólios de baixo custo para os clientes.